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domingo, 28 de dezembro de 2014

Assombração

E onde você acorda com a cabeça quando quer pedir pra ela ficar?
E onde você apoia os pés quando pensa em correr?
E onde você amarra as mãos quando pensa em segurar outras mãos?
E onde encostar o rosto quando tudo te pede um beijo?

Onde você esconde a saudade quando já se está no abraço?
Como você tira o brilho nos olhos ao o ver o que te reluz?
Aonde você cospe as palavras antes de chegar na ponta da língua?
Onde você se esconde, quando já é aparente o teu apelo do outro?

Qual é o limbo que te cerca, quando já sabe onde mora?
Qual é a voz de te quia, quando as letras põem as mágoas pra fora?
Qual é a pele que salta a tua pele num arrepio desconcertante?
Qual é a melhor parte de ser o que me assombra?

Nina


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O suficiente de mim

Eu me noto anotando o tempo
Registrando o vento e o que ele tirou do lugar
Eu me vejo observando meus próprios olhos
Na tentativa de entender a minha própria alma

Alma essa a minha, às vezes tão frágil quanto uma pétala
Mas tão forte quanto a raiz de uma árvore centenária
Minha pele já foi escudo, agora é só o instrumento de arrepios
Quando alguém consegue ir além dos olhos e tocar a alma

Eu me equilibrei andando descalço
Como se meus pés pudessem dançar livremente
Pois no ar está a mente
Pairando na leveza de uma consciência limpa

O meu rosto já retratou o passado
Pois sou o espelho de um amor que se foi
Agora é apenas o  caminho de lágrimas insistentes
Ou de sorrisos infinitos

Aprendi a ser minha, logo posso ser de quem eu quiser
Pois na ausência do outro a minha raiz não corta.
Sobra o suficiente de mim para continuar a entender minha alma

E nunca pensar perder o ar e o prumo da delícia de ser o que sou.

Nina

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Sobre autenticidade e Referência


Então "galerê' eu e outras moças fomos entrevistadas pelo Samuel Firmino sobre a autenticidade e referência. Um assunto extremamente importante e ainda infelizmente tão presente na nossa sociedade. Dá uma conferida no blog dele! 

~> http://wp.me/p57MGq-2R ou clique na imagem para ver a matéria completa!


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Zóios

Quando eu te zóio, você me zóia e a gente se zóia zuando. 
Quando zóia sério a gente zóia disfarçando.
Quando um num zóia, o outro é pego zoiando.
Quando não se zóiam, a saudade vai apertando.
A gente vai zoiando, é que nesse plano a gente aprendeu a zoiar.
O que é de verdade não desvia e também zóia, sem medo de zoiar.
Eu te zoio pois te gosto, estudo um infinito do teu zoiar.

Nina Karina

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ultrapassa

Existe uma cor naqueles olhos negros que vai além da íris. Ultrapassa as pupílas e faz brilhar de dentro pra fora. E me eleva em segundos a  todas as constelações que eu quero estudar, dentro desse  olhar.  Um olhar que ultrapassa os de  ressaca de Capitu, alinha-se a órbitas ainda mais doces e  coerentes, uma valsa de cortejo, doces e velejantes acompanhado com um sorriso bossa, invade a memória e afronta os meus batimentos cardíacos.  Um abraço afável e sedento de outro abraço. O completar  e o revelar-se de toda a ausência  que sofrera até ali. Ela tem uma boca rosada quase pálida com pequenas pintas charmosa marcanto o caminho mais desejado de minha boca. Lábios pequenos e delicados escubidos talves por querubins. Uma boca quente, métrica e expressiva. Quando ela morde a boca e em seguida sorri...nenhum livro, filme, novela ensina a não resistir a coisas desse tipo. Estranho seria se eu não me apaixonasse por você. 

Nina Karina

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Hoje.

A gente se encontra e o peso do dia se desvencilha de mim
É bom te abraçar, te guardar no meu braço.
Essencial  e vital estar contigo, assim me sinto.

São meros detalhes de um dia pouco
Mas engrandece tanto, eu sei
Tanto te quero por perto.
Que só sei querer

Nina Karina



terça-feira, 30 de setembro de 2014

Reticências

   Eu estava no meio verso, no fim de um parágrafo.
Andando a sós me protegendo da chuva, molhando os versos e inversos de mim.
No ponto de reticências você chegou e sem pedir licença eu te quis e te quero.
Anda me reescrevendo, me salvando em letras perdidas, não me deixando escapar entre linhas, em clichês.

   Eu vou te “coisar” comigo por ai.
   Tive medo desde o princípio, mas ao mesmo tempo tomava doses de coragem pra não deixar de me enfrentar pra te merecer e  pra você ver o caminho até aqui. Eu me carreguei de mim, cansei de mim, faz parte de um refrão batido, todos os meus vícios, desinteressantes e complexos de sempre. Melancolicamente me arrastei por esse vasto tempo,   tentando me desvencilhar de todo o meu passado, essas rasuras.


    Teus olhos são florais, são canções, pinturas, poemas, são luzes da ribalta, arte final meu ponto, não o final, mas o bom. Ponto bom esse teu.  Reticências. Minhas Reticências.


Nina


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

"Crescei-vos e Multiplicai-vos", beleza!

   Então vamos lá "Crescei-vos e Multiplicai-vos", beleza! Partiu então a fornicação e a reprodução da espécie, pois esse "Vai e vem gostoso' resulta em abandono e desespero de crianças inocentes no nosso País.

   "A maioria das ligações recebidas pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos fala sobre menores que foram abandonados pelos pais. Crianças deixadas sozinhas em casa ou bebês que foram largados na rua. A Polícia Militar de todo o Brasil recebe centenas de ligações sobre abandono de menores todos os dias." fonte G1.

   E ainda tem imbecil que acredita que a verdadeira família deve ser preservada, o que é família? Partimos de um princípio básico: Homem + Mulher = 7 filhos, uma casa sem saneamento básico, com o bolsa família, vivendo de luz. Tá, legal, vamos falar sério? Família é um conjunto de pessoas que não precisa ser de sangue, mas estão ligados pelo resto da vida, pelo amor que se constrói em seu alicerce e faz um a existência do outro, "um por todos e todos por um". Reparem que nesse conceito não há cor, não há religião e muito menos sexualidade.
Em relação aos homossexuais: "Órgão excretor não reproduz." ..."isso reduzirá a população". Homossexuais não se reproduzem já faz uns milhões de anos e nem por isso a natalidade mundial reduziu, pelo contrário, já tem tempo que casais homoafetivos vem buscando a adoção de crianças abandonada geradas por "órgãos não excretores que reproduzem" pelo mundo.

   A palavra adoção tem origem do latim "adoptio", que em nossa língua significa "tomar alguém como filho". Voltamos para o inicio do texto de uma forma natural e cíclica. Não gosto de generalizar sobre pais e mães, existem muitos fatores que influenciam o abandono, o desprezo e o cansaço das pessoas. Logicamente, existem milhões de coisas que precisam de atenção.

   E sinceramente não entendo o tamanho interesse em não permitir a igualdade, o amor e o respeito com "Seres da raça humana que proliferam amor por um igual".

   Queridos leitores, essa ignorância mata, dissemina e impregna lugares, pessoas e resulta nisso ~> http://homofobiamata.wordpress.com/ <~ Gera-se ódio com a base sustentada em palavras que muita das vezes dizem ser de Deus. Ou em respeito a família, desde quando isso vai atrapalhar a sua? O mundo não precisa de mais humanos e sim de humanidade. Que as próximas gerações sejam livres e tenham consigo uns princípios básicos: a educação, o respeito e o amor ao próximo. Com educadores valorizados, com uma sociedade limpa e com pais e mães que lhe deem amor e não apenas só os reproduzam.



Nina 




quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Mais uma pra você

E onde houver eu, que você passe...
Bagunce-me.
Pois nessa confusão de dentro, entro num bom particular, quando me lembro de você!
E a decoração me agrada,  nesse “eu”  tudo provem de decorar cada gesto teu.
Ah esse “teu” me embeleza,  me poetiza.


Nina Karina

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Clausuram ponteiros

O mundo parece desatento, por hora fica no alento de madrugadas sem fim
E esse "fim" amanhece com o ar parado, com o dia cravado, arrastante semblante nublado
Outrora venta de uma forma que o corpo não aguenta firmar o pensamento no chão
E quando chove molha as meninas de nossos olhos, nos tirando a claridão
As vezes arde ter um mundo, como se pudéssemos ser 4 elementos assim.


Aquela velha sensação de que  as estações não entendem "o carne e osso".
E por hora nossas entranhas neurais se desfragmentam 
E nos empacotam pra próxima viagem.
Que talvez seja um novo dia.

E esse novo dia, dentro de nós, repercute.
Tradições nos perseguem e clausuram ponteiros
Um nó de gravata nas ideias
E vai, apenas vai e foi, quiçá será.


Nina


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Infinito

Eu poderia tocar em qualquer outra estrela, mas nenhuma delas faz eu me sentir infinito.
Enquanto uns universos estão em colisões,  o nosso apenas se completa, simples como o cair da noite.
Sem expectativas exageradas, sem promessas de um eterno amanhã, o vento do hoje sopra a nosso favor, lento e quente como teu corpo ao encontro do meu. Num só abraço terno, eterno e interno...
Nina

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Resposta de um poema

Eu ando olhando as estrelas, um hábito meu
Mas nessa noite, a noite em que li o teu poema pra mim
Prestei mais atenção nas constelações em quanto pensava em te escrever
Vi uma estrela cadente, meus olhos ficaram rasos d'água
Então me prometi não entender e apenas me fazer em sentir.

E minha alma sorri, talvez esse tal feito seja um dom teu.
Gosto quando teus olhos convidam os meus pra dançar
E a gente sorri ao mesmo tempo.

Lembro-me da nossa primeira grande conversa escrita
E eu te agradeci por me inspirar.
E ai vem você fazendo minha alma sorrir.
Fazendo o melhor cafuné do mundo!
Com a trilha sonora do teu coração, me desligo de tudo.

Não peço muito, veja bem, enquanto tiver você por perto, um café, teu cafuné e um poeminha bobo pra ler, isso tudo faz valer toda uma existência, todo o universo irá conspirar a favor.

Ver contigo o sol se pôr vermelho.


Nina Karina 

terça-feira, 1 de julho de 2014

Mil coisas pintadas

Não sei se é normal imaginar você
É como arranjar encrenca com o coração
Vou me vestir de você, só pra saber
O que há dentro de ti, que tanto me afeta

E transborda nos teus olhos 
E evidenciam essa confusão de afeto
Vejo aquele fecho de luz
Reluzir teus traços

Eu imagino... mil coisas pintadas
Em nossas telas do corpo
Nos escrever, nos sublinhar
Nos ler e reler sempre que quisermos poetizar
Não sei se é normal imaginar ...

Nina




Pôr-se como sol, como sou.

Eu vou para o breve
Para o fora, para o longe
Ainda que nada se encaixe
É um mistério, um risco
Um vão, uma beirada

Eu vou sem lógica
Na estrada próxima
Buscar o completar e sentir
Invadir, misturar você de mim, assim.

A coisa estranha e bizarra
A junção de tudo que há
Dentro de duas almas 
Vamos pra casa, em busca do breve

Pôr-se como sol, como sou.


N
ina

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Fim da garoa, até.

E eu vou te observando...
Até o fim da garoa, até.
Igual antes, eu apenas vou te observando
Querendo te deter nos meus braços, findar teus espaços aqui.

Mas eu vou apenas te observando
Ganhando o jogo, me ganhando, tomando, engolindo-me.
Faltando pausas, vírgulas, graus...Eu vou observando
Eu invento, cortejo e volto, para observar o desgaste alheio

E ainda vejo falta de coragem
Eu estou na garoa, até o fim.
E onde é o fim? Perguntam-me os sábios...
É onde eu colocar um ponto final...

E para chegar a esse ponto, minha cara, é que a coisa anda mal.
E eu vou te observando...
Até o fim da garoa, até.
Querendo deter tuas dúvidas, inflar tua coragem, findar tua casa em mim

Estamos entre o ponto e a garoa...Eu anseio por dias de sol.

Nina

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Coisa

  Ainda não falando de todas as coisas, entre elas posso ser uma boa coisa, pra você pensar num dia como este.
Afinal de contas, coisa como eu pode te fazer bem, só por te querer o bem sob todas as coisas...
Entre milhões de universos, tua coisa colidiu com a minha e nós nos esbarramos sempre que o tempo permite.
  Pois as coisas nunca seriam tão lindas se você não fosse uma boa coisa a acontecer por aqui, dentro de mim
Ando querendo mais dessa coisa tua de ser tão linda e breve, ainda tão distante e presente
Mas a coisa que mais quero é ser uma coisa escolhida, no meio de tantas outras coisas.
E passar de coisa para algo, algo para alguém e de sua, para sempre.

Nina

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Vem.

Escondes, seguras, proteges
Falhaste, aos meus olhos, ao meu ver, no teu olho
Chega, pare, e vem.
Desliga a mente, liga o corpo, acende a vontade.
Solta as mãos, respira fundo, me toque
Me transa, num jeito, numa dança, numa trança
Não lute, me guia, me segue, me cegue , me morda
Teu cheiro, teu quente, tua, sendo tua, ao menos agora
Urgentemente, com toda a calma do mundo
E me sinta, me cale, me beije
Num segundo terno e eterno
Contente, desatada, desarmada
Olhos cerrados, lacrimosos, sonhadores e quietos
Tranquilos, doces e meus.

Nina


Vou

Vou colhendo sorrisos, como quem colhe flor
Ando colecionando abraços, como se pudesse me vestir de afeto
Ando dando risada, até da raiva, até da calma
Vou indo em frente, pois lá no horizonte, vejo rumo certo

Vou pintando estrelas em noites de profundo breu
Vou poetizando olhares indiscretos
Vou chorando por saber que chorar alivia
Vou aliviando quem ainda não sabe como colher sorriso

Vou achando a liberdade no meu cotidiano
Vou libertando meu coração dos medos de antes 
Vou dançando para não desequilibrar da paz
Vou levando o que aprendi, para aprender lá na frente quando eu me esquecer

Investigo erros meus, pra saber se errar foi necessário
Vou errando, erros novos, quedas naturais da mudança
Mas eu senti uma dor maior, quando cai em mim
E vi que de mim tinha tão pouco, com tudo aquilo que senti anteriormente

Mas vou, pra algum lugar, ou não, apenas vou.
Enquanto eu me mantenho em movimentos, tudo ainda é possível
Tudo é real, quiçá com empenho eu chegue, ao menos numa conclusão
Sobre tudo que vivi, vivo e viverei. Nessa vida ou não.

Nina

sábado, 24 de maio de 2014

Eu sou nova em mim agora.


   


     Numa nova manhã resolvi me repaginar, voltar a buscar resquícios de mim. Sobreviver e sonhar, enfrentar conhecer, permitir. Nessa nova ordem que dei a mim mesma, a ordem de ser feliz, de querer mais de mim, de apenas ir, sem mais desculpas.
 Fiz de mim liberdade, fiz de mim coragem, com luz, com fé, com vontade. Abracei o universo e fechei os olhos pra tudo que deu errado até ali. Nessa manhã vesti meus planos, os caminhos se abriram agradeci pessoas, me despedi de outras e fui, apensa quis ir...escolhi, talvez pela primeira vez, por mim.


  Nas margens dos pensamentos antigos, dos rios de saudade, das marés de raiva, passei. Nem sempre só, mas sempre me sentindo apenas eu. Não sou nada demais, mas sou tudo pra mim.
  Amigos, meus bons amigos, que eles derrubem também suas muralhas do dia e cuidem do seu jardim da vida, que não esperem a primavera, façam-a. Eu morri 1 milhão de vezes nesses últimos meses. Mas voltei com toda a vontade do mundo de viver. Respirar, amar, tocar, gozar, ser livre de qualquer coisa que não seja de minha escolha, de qualquer problema que não seja meu. Só me atinge, se eu permitir.  Agradeço aos céus por toda luz que consegui sentir. Agora é força de vontade e luta. 


Força Sempre!



Nina