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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Reticências

   Eu estava no meio verso, no fim de um parágrafo.
Andando a sós me protegendo da chuva, molhando os versos e inversos de mim.
No ponto de reticências você chegou e sem pedir licença eu te quis e te quero.
Anda me reescrevendo, me salvando em letras perdidas, não me deixando escapar entre linhas, em clichês.

   Eu vou te “coisar” comigo por ai.
   Tive medo desde o princípio, mas ao mesmo tempo tomava doses de coragem pra não deixar de me enfrentar pra te merecer e  pra você ver o caminho até aqui. Eu me carreguei de mim, cansei de mim, faz parte de um refrão batido, todos os meus vícios, desinteressantes e complexos de sempre. Melancolicamente me arrastei por esse vasto tempo,   tentando me desvencilhar de todo o meu passado, essas rasuras.


    Teus olhos são florais, são canções, pinturas, poemas, são luzes da ribalta, arte final meu ponto, não o final, mas o bom. Ponto bom esse teu.  Reticências. Minhas Reticências.


Nina


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