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domingo, 7 de junho de 2020

AO PERCEBER


Perceber, seja pelo olhar, pelo toque ou pelo cheiro.
Tudo que você percebe, nota, recorda e salva, são fragmentos, pedacinhos de momentos que nos fazem viajar.
Note: a consciência se eleva aonde se percebe detalhes e sente, tudo dura uma fração de segundos na cabeça, podemos recordar de algo há 12 anos atrás, podemos sentir 12 anos atrás.
Isso porque em algum momento se percebeu e guardou.
É como um quadro da lembrança, nos mostrando em cores o que te marcou de verdade, é tão vívido que parece ontem, mas foi a 12 anos atrás.
Será que isso é envelhecer? Vez ou outra ser teletransportado pra um sabor, cheiro ou sensação? Abraço, saudade, risada?
Por isso, é importante perceber, é como um retrato deste instante, para que a viagem de volta seja tão boa quanto o agora.
O tempo passa muito rápido.




sexta-feira, 8 de maio de 2020

Pandemia nº1


Os dias estão iguais
E silenciosos
Não estamos lendo a verdade, ou não sabemos se é verdade
Estamos sozinhos aqui, juntos neste mesmo fim
Apesar de distantes para o bem.

Os dias estão iguais
Talvez estejamos respirando menos
Sufocando mais
Enterrando mais
Enganando-se menos, nunca iremos saber

Os dias estão iguais
Os números de morte são estatísticas
Enquanto velamos empresas, choramos economia
Sangramos pela nossa velha vida, outros apenas morrem, você chora?
Os dias estão iguais
O inimigo invisível, mortal e silencioso
Toma conta das ruas, devastando gerações
Atrasando nossa humanidade, maldita ignorância.
E ainda tem um vírus.

Os dias estão iguais
Amanhece menos gente
Anoitecem os sonhos
Ao menos respiramos uma última vez

Os dias são tão iguais
Quebramos o mundo
Ele continua perfeito
Quebramos todo mundo num sopro só

Os dias são tão iguais
São tempos difíceis pra ser artista
São tempos difíceis pra ser humano
Muitos não sabem sobre humanidade
Muitos debocham da arte

Os dias são tão iguais
Mesmo presa no meu mundo cercado de dificuldades e privilégios
Minha alma corre solta por cada lágrima e devastação desses tempos
Sei a dor da despedida e não há como não se compadecer
Tenho raiva de dias iguais
Mas isso, no meus tempo, significa que está tudo bem.


segunda-feira, 2 de março de 2020

Olá, de novo.

  Bem, tem tanto tempo que não escrevo absolutamente nada, que nem sei se precisamente irei conseguir dizer algo a você, caro(a) leitor(a).
  Realmente, quando leio esse blog, sinto-me hoje em outra linha temporal, mas com a essência tão forte, que ainda reconheço cada palavra. Relendo dá pra quase tocar o momento em que escrevi outros textos, outros "eus". 
  E toda essa visita se destina apenas a se reconectar com o velho e o novo, reconstruir caminhos e traçar novas rotas. Se bem me lembro, este blog existe desde de 2011 e lá se vão 9 anos aproximadamente. É muita história, muita lágrima em cada palavra, muita risada também. Embora, não tenha mais tantos registros fotográficos, este blog é um antigo e valioso diário de toda a minha existência e inspiração.
  Cada erro, cada acerto, cada poema ruim, cada texto surpreendente só me revela, como uma polaroide, do breu às cores do instante, da formação e do detalhe. Sou eu, ou parte, ou tudo que poderia exprimir em uma escrita básica e frágil. Estou aqui agora, por enquanto, até mais.