Eu sempre via todas as noites solitárias como um meio de viajar dentro de mim e descobrir uma forma nova de viver. Fazia isso até de olhos abertos e escrevia infinito. "Noites solitárias" que eu menciono, é se sentir sozinha mesmo, as vezes você pode estar no meio de uma multidão e se sentir só, isso só muda quando você se conecta a alguém. E essa solidão não é de um todo ruim, aprender a ser solitário faz da gente forte. Num dado momento, comecei a escrever o Manual dos Invernos que eu idealizei até como um possível primeiro álbum musical. Eu sou um ser extremamente profundo e vasto, um universo em plena expansão e cheia de colisões. Talvez, por isso, me identifique tanto com a noite, o silêncio. Posso tocar detalhes da minha vida nas lembranças mais bobas, posso cantarolar sentimentos inexprimíveis, posso apenas ficar em silêncio sem ter que me explicar. Eu não senti meu tempo passar, muitas vezes nem sinto, é como uma droga, sou viciada no futuro e eu injeto ansiedade nas minhas veias todas as manhãs.
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