A cor Verde

São nos pequenos sinais de afeto que eu percebo nos olhos dela, que muitas vezes em silêncio, ela transbordava.

E é gigante a intensidade do vi e senti, presa no instante, nas cores e nos gestos
Eu me sinto sortuda por ter dançado com você, por ter me deixado no teu corpo
Pela melodia que ficou na memória e pela sensação de infinito.

Os detalhes do seu afeto tatuam minha memória na cor verde
Quero que saibas que mesmo eu não sabendo falar com clareza
Você tem lugar em mim, teu universo junto do meu, o meu céu no teu olhar.
O que seria da vida senão fossem esses pequenos detalhes?

Eu presto atenção nos sussurros.
E é dai que vem a poesia.
Do que traduzo e petrifico numa tarde com você.

A menina e sua árvore preferida

Todo despertar me comove
Pois vejo flores no meu caminho comum, resistentes a dias de tempestade
Lugares que são só meus.

A poesia está em cada hora marcada e dia igual
Esta em persistir, acreditar e enfrentar tudo que já tive medo nessa vida
Hoje me lembrei de coisas que me tiravam o sono
Hoje eu apenas sonho.

Não tem mais espaço pra aquela pessoa aqui
Que olhava a si mesma com medo do amanhã
Cada passo, despedida, lágrima foram bússola

Até mesmo quando me sinto a pessoa mais sozinha do mundo
Um "eu" tão vasto se expande e me preenche
Continuo me perdendo em noites estreladas
Tentando fazer desse mundo complicado um lugar bom de se viver

Quero achar um lugar agora que eu possa compartilhar
Aconchegar e sentir
Meu amor pelo universo, minha paz e gratidão

Se esse lugar não existir, ou eu nunca conseguir chegar

Eu construo ele em mim.

Seria bom sentir, seria bom viver isso que minha intuição grita
Meu coração pede e minha alma vibra.
Mas se caso não for, me mudo pra marte e moro em mim.
Como sempre foi.

A menina e sua árvore preferida, sua constelação de orion, seu violão sem cordas, seus jogos, seus filmes de estimação, seus gatos, café, poesia e dias de outono.