Páginas

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Precisamos falar sobre RELACIONAMENTO ABUSIVO

Senta que lá vem história amigxs.
Vou me identificar como Y. Eu estou escrevendo para esse blog porque resolvi falar de um relacionamento abusivo que sofri por 4 anos (segundo o ex 5, porém o 5° ano foi na imaginação dele.) Quero ser breve para não ficar um negócio chato de ler, mas quero conscientizar a galera que está começando a se relacionar.
Com 14 anos comecei a namorar. Eu relativamente gostava do cara e resolvi encarar. Nos primeiros meses foi bacana, tudo novo e tal, entretanto, no 3° mês tivemos uma briga relacionada a ciúme. Eu não podia respirar perto de um menino (e ai vem o 1° sinal, você tem o direito de se relacionar com quem quiser.)
Passou um tempo e continuaram as brigas mensais/semanais, às vezes ele até partia para cima de mim, aumentava o tom de voz e gesticulava, como se a qualquer momento fosse me dar um tapa, mesmo que isso não tenha acontecido (e ai vem o 2° sinal, não deixem que NINGUÉM em circunstância alguma, encoste em você sem que você permita.)
 Certo dia ele não ligava mais, sumia com os amigos e eu ficava indo atrás. Ele tinha total controle da situação. Num diálogo, ele falou “Yara, a gente PRECISA transar” e eu “Acho que não estou pronta pra isso” e ele “Porra, vou me tornar o ‘virgem de 40 anos’.” Após isso, eu comecei a me cobrar e como ele estava me deixando de lado resolvi transar para ver se ele voltava a ser aquele cara bacana que eu havia conhecido. Aconteceu e assim que acabamos ele levantou e foi para frente do computador falar com os amigos. Depois disso a gente sempre transava e eu não sentia nada, as vezes até me machucava. Eu me sentia inexistente. (E ai vem o 3° sinal, você não deve ser sentir forçado a nada.)
Eu comecei a ter uns problemas fora da relação e com isso mudei com amigos, família e namorado. Eu ficava na maior parte do tempo em casa e ele ia lá de vez em quando. No momento em que eu expliquei o que estava acontecendo, ele não entendeu. Às vezes fazia umas cenas, do tipo, “você deveria sair comigo,” “queria transar,” “você não é carinhosa,” e entre outros. (E ai vem o 4° sinal, você estando em um estado depressivo, não é forçado a nada também – sim, eu sei que é ridículo e até mesmo óbvio dizer isso, mas eu ainda sim me sentia obrigada.)
Conclusão: decidi terminar com o dito cujo e quando falei “cara, não dá mais” ele me xingou, disse que eu havia me tornado um monstro e que não me reconhecia mais. Ele gritou comigo na rua, virou as costas e se foi. Eu estava aliviada.
Enfim, hoje eu vivo bem e ele fica se fazendo de vítima (como sempre fez, aliás, fui a mãe dele). Queria dizer que depois de 1 ano e 4 meses tive coragem para falar sobre isso... Sei que é difícil notar um relacionamento abusivo quando se está em um. Tenhamos coragem e notemos os sinais.
Abraço.