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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Carta ao meu anjo da guarda

Eu queria ter você aqui
Só você em meio a tempestade poderia me salvar de mim
E certas coisas aprendi, sobre o mundo que tanto lhe feriu
Hoje te vejo como um anjo, protegendo os meus planos

Só você sabia meus medos mais profundos
Sem você nenhum chão ficou seguro
E por aqui tenho que ser forte
A cada palavra, gesto tenho que pensar antes de agir

Teu abraço acolhia minha alma
E você se foi tão cedo, as lágrimas ainda descem
E eu ainda me encontro cheia de falhas
Aprendendo com a vida

As vezes sinto o fardo pesado demais
E se eu cair, eu me levanto por você!
A tua dor, é ainda a minha coragem
Não tenho medo de errar, começar do zero outra vez

Mas as vezes me falta um afago
Um único olhar de confiança antes de dormir
Tardes repletas de monotonia ao seu lado
E tua compreensão tão acolhedora

Quando eu conheci o mundo
Onde pessoas querem a pele das outras
Um pedaço de papel vale mais que um sorriso
Eu não queria estar aqui

Mas conheci pessoas íntegras
Repletas de luz
Deus as coloca em nossas vida para nos conduzir
Já me decepcionei demais, não sei ser metade de nada

Sou por inteira, quando amo, amo mesmo
Quando não gosto, nem adianta
E disso você sabia
E eu ainda não sei se isso é qualidade ou defeito

Mas essa tua filha, tão diferente e idealista demais
Ama-te pra sempre e quando me olho no espelho
Vejo o quanto você está em mim!
Acho que esse é o amor mais puro que existe


Hoje eu vejo, o quanto eu fui feliz e não sabia
Mas não me lamento, um dia vou te reencontrar
Por enquanto tenho as estrelas e tudo o que me ensinou

Pra me guiar!

Karina Silva









domingo, 28 de outubro de 2012

Um momento...

To cansada
Desse pré julgamento sobre as coisas que eu faço, ou deixo de fazer
To Carente
Não somente de abraços e beijos, mas dessas coisas complexas que no fim se tornam essenciais 
To pensando
Em alguma forma de não deixar de querer e sonhar com as coisas
To segura
De que a minha dignidade incomoda, minhas virtudes também
Estou certa
E quando estou vou até o fim!

Karina Silva



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Armadura

Vai me dizer que você não consegue ouvir?
É você chorando pelo que fez
Por não dar a chance ao destino
Por não me permitir

E as horas te maltratam
Você trocaria tua felicidade por uma dor conhecida?
E voltamos a nos deitar no asfalto
Esperando que os carros passem por cima de nós

Tá chovendo ai dentro dos seus olhos
Uma dor que não me pertence
Jamais seria eu a cura
E as doses de mim lhe embriagavam momentaneamente

Toda essa distorção dos sentidos passa
E só sobra você
Esperando a mesma pessoa em outra imagem
Nessa busca implacável pelo sofrimento

E não me culpe se me encontrar sorrindo
Você não tem noção da armadura que visto

E isso tudo não foi o suficiente para atingir meu coração!
Na memoria até deixo você existir...


Karina Silva



Sempre sobrevivi

Eu decidi me olhar no espelho e ver pela primeira vez o que eu mereço
Não preciso, nem quero restos de nada
Não olho mais como eu deveria sair
Mas sim, como eu quero sair desse limbo que eu me jogo

Por todas as pessoas que saíram da minha vida
Nenhuma delas foi sem levar um pedaço de mim
E de alguma forma eu sempre sobrevivi
Não tenho tempo para perder com bobagens

Karina Silva


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Flores na chuva

Hoje todos nós aguardamos a chuva
Para levar todos os nossos pesadelos
Um dia cinza que reflete nas janelas dos carros
O pensamento erguido juntos com os muros de solidão

Alguém se embriaga procurando soluções
Alguém chora por não tê-las
E eu ainda aguardo a chuva
Para lavar nossas lágrimas vazias

E todas essas flores surgindo
Talvez a tempestade leve-as embora
Não tenho certeza de nada
Só escrevo o que me permito enxergar!

Karina Silva




sábado, 20 de outubro de 2012

Emitindo dor

Essa música tão cheia de pausas
Arpejos complexos...
Mas quando a escuto, eu a sinto
E me arrepia 

Ela poderia estar tocando agora...
A minha pele, meu coração, minha alma
Mas eu me fiz de surda quando quis
E agora escuto o silencio da solidão

Alguém arrancou as minhas cordas
E ainda sinto uma imensa dor
E essa falta, me deixa vazia
Sem som, emitindo dor

Karina Silva




quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Rabiscos

Meu caderno está cheio de rabiscos 
Assim como a minha mente
Cheia de falhas,cheia de erros
Certas coisas não se apagam

Acabei de ascender a luz
Para você enxergar o caminho
Eu tava pensando em fechar as janelas
Mas eu gosto do frio da noite

Uma constelação inteira nas minhas mãos
Faço parte da noite, não de você
Eu já entendi e isso não me mata...

Karina Silva



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Duality

Existem monstros nas paredes da minha mente
E o tabaco não os mata
Eles já fazem parte do meu mundo
Já aprendi a conviver

Mas no fim eles me impedem de ver
Certas coisas boas
As vezes a maldade ao redor os agitam
E eles me perturbam

Memorizei algumas formas de agir
Minha defesa primordial
Essa mescla de sombra e luz
Faz-me humana como você

Karina Silva

Moeda da sorte

Eu acho que perdi minha moeda da sorte
Julgava-me mais forte com ela
Ela não era de grande valor, também não era de titanium
Mas ela era minha, só minha

Mas abro a janela e sinto prazer em ver o dia
Fecho os olhos e sinto essa claridade me invadir
Acho que não preciso dela, assim como não preciso de mais nada
O mundo lá fora já me basta e me conduz
Essa sensação de ser livre, me completa

Karina Silva




domingo, 14 de outubro de 2012

Caso o vento me leve

Solte a minha mão enquanto ainda há tempo
Pois eu já sei aonde termina essa dança

E eu já não tenho mais um coração inteiro pra quebrar
Preparo-me para caso o vento me leve

Já me acostumei perder grandes jogadas
E até meu tempo com coisas nada satisfatórias
Mas enquanto eu me jogo sozinha, não machuco ninguém
Fuja dessa minha tempestade

Esses sonhos são doces ilusões
E eles fazem um corte profundo quando se desmancham
Então, não se petrifique em mim
Não me faça de seu porto...

Karina Silva


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Ao som da chuva

As vezes parece que a chuva tenta nos apagar...
Nos deixando assim tão tempestivos por dentro
Querendo colo e atenção, feito criança
Deixamos de querer responsabilidades
Queremos repousar e se desligar de tudo

Ao som da chuva, o sonho toma gosto
A casa fica fresca e agradável
Um sono bem vindo ao fim da tarde
E algo quente pra saborear depois

Karina Silva


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Xeque Mate

Rasguei alguns ideais no decorrer da vida
Acabei descobrindo que quando fazem muito por você, ou te amam muito, ou esperam que você os recompense em dobro
Mas meu jeito sacana não me faz cair nesse mar sem fundo de hipocrisia
Mantenho meus olhos abertos e rezo pra esse capitalismo de merda nunca vestir meus planos
Sempre mantenho meus sonhos por perto,  caso eu me distraia por alguns segundos
Sou agora uma peça no tabuleiro sujo e faço o jogo deles, mas no fim quem dá xeque mate sou eu!


Karina Silva



Resistência natural

Me sinto tão fria perto do seu colo quente
Eu absorvo tua vitalidade, como quem tem sede
Acho que não saberei lidar com tamanha sorte

Eu ainda estranho a tua presença
Essa perversidade faz parte da minha existência
E eu não sei jogar com tuas cartas
Eu apenas não sei se ainda si sentir

Essa resistência natural
A tudo que pode ser bom pra mim
To me jogando fora, já tem um tempo

E eu corto a garganta dos meus anjos...
Sem piedade!


Karina Silva


domingo, 7 de outubro de 2012

First Time

Acho que no fundo, joguei as chaves do meu coração fora
Uma pequena casa abandonada no campo
Com aquele frio natural, quase um limbo

Desvendo todos os sorrisos direcionados a mim
Fotografo com as lentes do pensamento
Todos os gestos estranhos dessas pessoas
Quase nunca conseguindo respostas
Eu abraço um refúgio tão dócil e amável

Estamos no primeiro tempo de um jogo perigoso
Onde rezo todos os dias pra ninguém sair perdendo
Esse sorriso alimenta meus dias com vitalidade

E isso tudo tem me feito bem!

Karina Silva